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Nunca fiz nada de extraordinário. Caminho pela vida tentando concretizar aquilo que me parece óbvio (que até pode ser extraordinário para outros). Há sempre algum sentimento de algo por cumprir, de estar aquém de mim mesmo.
Estou em crer que se cometeu um erro histórico. O povo decidiu e o povo é soberano, o que não significa que seja sábio ou que não se possa enganar. Da minha parte, rejeito completamente o discurso da união. Não são os adeptos que têm de se unir em volta do Presidente. Não somos o União de Benfica, o União de Montemor ou o União de Lamas. É o Presidente que tem de unir o Benfica. Não o conseguir fazer, como creio que irá acontecer, só reitera a incompetência e ausência de liderança de quem há quase 20 anos por lá segue sempre cego, surdo e mudo. Não há qualquer margem para dúvidas: Rui Costa deve mais ao Benfica do que o Benfica a Rui Costa. Aliás! Deve cada vez mais.
Nada disto põe em causa a decisão dos sócios. Ser oposição é um direito fundamental de qualquer Democracia. Não peçam para bater palmas a quem vê o clube em queda livre. Não peçam para suprimirmos o espírito crítico e apontar novos caminhos. Não peçam para deixarmos de nos preocupar com o clube.
Somos adeptos deste Benfica. Gostaríamos que este Benfica pudesse ser outro Benfica, mas não deixaremos nunca de ser deste ou de outro qualquer. Com a mesma paixão de sempre. Desta vez desejando sermos nós a estar enganados, mas com a convicção de que estivemos do lado certo da História. O tempo o dirá.
Hoje vai-se cometer um erro histórico.
Hoje nada.
Apenas existe o Presente. O Passado e o Futuro são fruto da nossa imaginação.
É o corpo que nos mata. Sempre o votei a uma espécie de quase desprezo. Sinto-o como se fosse uma versão obsoleta de um software que grita por actualizações perenemente adiadas. Pergunto-me se ele sente o meu desinteresse na mesma proporção em que ele me entedia. Dizem os poetas, os clérigos, os psicólogos e alguns aldrabões que o peso está na alma (ou na psique, para quem quer parecer mais científico), mas o peso está no corpo. Ninguém vence o seu corpo. Tenha ou não o software por actualizar.
Já me conformei e já não ando de t-shirt e calções em casa. Não é uma derrota. É só o Inverno a fazer-se anunciar no horizonte. No entanto, não deixo de o sentir como uma espécie de baixar os braços. É a isto que sabe o decurso da passagem do tempo?
Pediram-me uma fotografia de corpo inteiro, mas em pequeno removeram-me as amígdalas. E agora?
Se um dia me sair o Euromilhões, vou montar uma casa de jazz ao lado de uma funerária só para escrever à porta: "ali jaz. Aqui jazz".
Dia de pagar a renda da casa. É mesmo dia de finados.